
‘É fortalecendo o Sistema Nacional de Cultura que conseguiremos territorializar e democratizar os recursos públicos’, disse Margareth Menezes em encontro com agentes culturais e artistas na zona Norte do Rio
Nesta quarta-feira (12), o presidente Lula assinou um decreto institucionalizando a data de 4 de maio o Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores da Cultura. O anúncio foi feito pela ministra Margareth Menezes, durante encontro com artistas e agentes culturais no Rio. A reunião aconteceu na Arena Carioca Dicró, na Penha, zona. Norte, nesta quarta-feira (12), por iniciativa do MinC junto com a Secretaria Municipal de Cultura. O secretário Marcelo Calero recebeu a ministra, que abriu sua fala com um desabafo..
“Por duas vezes, a Lei Paulo Gustavo foi barrada no antigo governo, impedindo os trabalhadores da cultura de viverem do seu ofício”, informou a ministra, emendando com um desabafo: “Assim como em toda a minha carreira, estamos no MinC transformando tantos ‘nãos’ em ‘sims’. Agradeço ao presidente Lula pelo convite”, disse Margareth, na presença de centenas de pessoas.
O secretário Marcelo Calero entregou outra boa notícia à população carioca: semana que vem, serão abertas as inscrições para os editais da Lei Paulo Gustavo, que destinará ao Rio R$ 47 milhões, sendo R$ 34 milhões para projetos de audiovisual – a cargo da RioFilme – e R$ 13 milhões para outros segmentos da cultura.
“Vivenciamos o que havia de pior e agora construímos o que há de melhor”, destacou Marcelo Calero, reforçando a política de territorialização e democratização dos investimentos municipais, “marca do governo Eduardo Paes”.
Tiveram espaço de fala nomes como Elizabeth Manja, diretora da Areninha de Bangu, zona Oeste; William Reis, do Afroreggae; Rene Silva, fundador do Voz das Comunidades, e Celso Athayde, da CUFA, além de Tati Quebra Barraco, que “quebrou geral. “Eu sou da Cidade de Deus para o mundo!”
“Salvaguardar o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab)”, pediu Sinara Rúbia, diretora da instituição vinculada à Secretaria Municipal de Cultura.
Depois do papo com a ministra, houve uma série de apresentações, entre elas Passinho Carioca com Funk da Antiga, turma de Bate-Bola, Bateria Show da Rosa de Ouro com passistas e presença dos estandartes de Portela, Império Serrano, Imperatriz Leopoldinense, Porto da Pedra e União de Maricá.
Encerrando sua fala, Margareth Menezes respondeu às demandas do setor apresentadas no encontro. “É fortalecendo o Sistema Nacional de Cultura que conseguiremos territorializar e democratizar os recursos públicos.”
Maior investimento na cultura carioca
A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, lançou o Plano de Investimentos Viva a Cultura Carioca, um conjunto de ações na ordem de R$ 349 milhões, o que representa o maior investimento em cultura na história da cidade.
A maior parte dos recursos, cerca de R$ 287 milhões, 80% do total, virá de fontes próprias da Prefeitura. O Plano conta, também, com recursos oriundos dos repasses da Lei Paulo Gustavo (cerca de R$ 47 milhões destinados à Cidade, dos quais R$ 13 milhões irão para a Cultura e R$ 34 milhões devem ser, obrigatoriamente, investidos no audiovisual, por meio da Riofilme) e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, cujo desembolso, conforme promessa do Ministério da Cultura, deve acontecer em agosto deste ano (cerca de R$ 39 milhões direcionados ao Rio).
O Viva a Cultura Carioca abrange dez programas, desenhados a partir das demandas dos fazedores de cultura da Cidade e da população em geral, e tem como pilares a territorialização e a democratização dos investimentos.