Quatro peças fomentadas pela Secretaria Municipal de Cultura saem vencedoras do Prêmio APTR

Publicado em 07/06/2023 - 13:13  |  Atualizado em 05/02/2025 - 17:54
Foto: Samuel Barcelos

Quatro peças que saíram vencedoras, ontem, do 17º Prêmio APTR, foram contempladas com recursos via fomentos geridos pela Secretaria Municipal de Cultura do Rio. “Enquanto você voava, eu criava raízes”, da Cia Dos à Deux, foi destaque na cerimônia realizada, ontem, pela Associação dos Produtores de Teatro na Cidade das Artes, faturando em três categorias: Espetáculo, Cenografia (Artur Luanda Ribeiro e André Curti) e Música (Federico Puppi). A montagem captou R$ 100 mil do Fomento à Cultura Carioca, mesmo valor do espetáculo “Nem Todo Filho Vinga”, que venceu por Direção (Renata Tavares). “Ficções”, do encenador Rodrigo Portella, e “Órfãos”, com direção de Fernando Philbert e tradução de Diego Teza (a partir do original do americano Lyle Kessler), captaram recursos via Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Lei do ISS). A primeira venceu duas vezes: Melhor Atriz (Vera Holtz) e Música (Federico Puppi); e a segunda, para Ator em Papel Coadjuvante (Ernani Moraes).

Isto comprova a eficiência do investimento público em cultura. Um caminho de sucesso. Roteiro com final feliz!

Trinta produções da cena carioca em 2022 foram indicadas ao prêmio, que tem 15 categorias. Na noite de gala, Marília Pêra, que faria 80 anos em 2023, foi a grande homenageada. O ponto alto da noite, no entanto, foi o momento em que o secretário municipal de Cultura, Marcelo Calero, prestou homenagem a alguns dos residentes do Retiro dos Artistas. A plateia se emocionou e aplaudiu.

A cultura como geradora de economia

Para cada R$ 1 investido em cultura, R$ 1,59 retornam para a economia, aponta um estudo da Fundação Getúlio Vargas. O setor cultural gera cinco milhões de empregos, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em um contexto de desemprego, esse dado não pode ser desprezado. No Rio, a cultura se comporta da mesma forma. Em 2022, o fomento direto e a Lei do ISS, juntos, geraram ao menos 14 mil postos de trabalho. Não é pouca coisa.

A volta do fomento direto em 2021 despejou R$ 20 milhões nas mãos dos produtores cariocas, passando a R$ 32 milhões em 2022. Mais da metade dos projetos aprovados no Foca 2021 (51,54%) vieram do subúrbio (zonas Norte e Oeste, com exceção da Barra), onde tradicionalmente o dinheiro público não chega da mesma forma que chega no Centro e na zona Sul. Na linha histórica do programa – que foi interrompido na gestão Crivella -, este número nunca passou de 20%.

Em maio, o secretário municipal de Cultura, Marcelo Calero, anunciou o maior plano de investimentos na cultura carioca: o Viva a Cultura Carioca, na ordem de R$ 349 milhões. E vai contemplar diversas áreas da cultura, movimentando ainda mais a máquina econômica da cidade do Rio de Janeiro. A maior parte dos recursos, cerca de R$ 263 milhões, 80% do total, virá de fontes próprias da Prefeitura. O restante, de repasses da Lei Paulo Gustavo (R$ 47 milhões) e Aldir Blanc (R$ 39 milhões). Entre os programas, o Pró-Carioca abrangerá o Fomento à Cultura Carioca (direto; R$ 42 milhões) e a Lei do ISS (R$ 70 milhões).

Democratização de acesso e territorialização do orçamento: política pública no caminho certo

Um dos destaques da noite foi a encenadora Renata Tavares, que financiou seu “Nem Todo Filho Vinga” com recursos do fomento direto da Secretaria Municipal de Cultura. E, segundo a pasta, foi na linha 2 do edital, que focava na questão territorial para conceder o investimento. Ela é moradora de Bangu, zona Oeste do Rio. Renata, há poucas semanas, também conquistou um dos maiores prêmios cênicos do país, o Prêmio Shell de Teatro, como Melhor Direção. A primeira mulher negra indicada à honraria, ela subiu ao palco ontem e emocionou a todos com seu discurso, falando sobre o projeto da Maré no qual começou a trabalhar com artes cênicas.

A peça conta a história de Maicon, jovem negro da Maré que consegue ser aprovado para cursar Direito na UFRJ e passa a confrontar os ideais de justiça do Estado Brasileiro diante dos inúmeros eventos de injustiça que ele e seu grupo de amigos vivem diariamente. Ao longo do seu ano letivo, o jovem sentirá, na pele, como essas políticas de precarização abalam todas as esferas da vida. Chegando ao ponto de colocá-lo contra seu melhor amigo.

Em breve, “Nem Todo Filho Vinga” vai estar em cartaz no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab). Acompanhe a programação pelo Instagram @cultura_rio.

Depois da estreia no Rio e passagens por São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte, Vera Holtz também voltará com a peça “Ficções”, mas a previsão é somente em 2024, com apresentações no Imperator e no Oi Casa Grande. O monólogo é inspirado no best seller Sapiens – uma breve história da humanidade, de Yuval Noah Harari, que já vendeu mais de 23 milhões de cópias.

Depois de três anos longe dos palcos, a atriz interpreta, canta, improvisa, “conversa” com o autor do livro, brinca com a plateia e interage com o músico italiano radicado no Brasil Federico Puppi, autor e responsável por executar a trilha sonora. Duplamente vencedor do Prêmio APTR.

Veja a lista completa dos premiados:

CATEGORIA ATRIZ EM PAPEL COADJUVANTE
Lilian Valeska — ‘Marrom – O Musical”

ATOR EM PAPEL COADJUVANTE
Ernani Moraes — ‘Órfãos’ (Lei do ISS)

CATEGORIA DRAMATURGIA
Flavio Marinho — ‘Judy – O Arco-Íris é Aqui’ Marcio Abreu e Nadja Naira — ‘Sem Palavras’

CATEGORIA ESPECIAL MARÍLIA PÊRA
Para os 105 anos do Retiro dos Artistas, que
já abrigou mais de 6 mil profissionais do setor Atualmente são 50 companheiros de
profissão que residem na instituição e recebem carinho, conforto, dignidade e amor.

CATEGORIA MÚSICA
Federico Puppi — ‘Ficções’ (Lei do ISS) e ‘Enquanto você voava, eu criava raízes” (Fomento à Cultura Carioca)

CATEGORIA DIREÇÃO DE MOVIMENTO
Marina Salomão neto de Regina Rafael Lelis receberam o o prêmio por
Regina Miranda – Olhos da Pele

CATEGORIA ILUMINAÇÃO
Cesar de Ramires — ‘Morte e Vida Severina’

CATEGORIA CENOGRAFIA
Artur Luanda Ribeiro e André Curti — ‘Enquanto Você Voava, eu Criava Raízes’ (Fomento à Cultura Carioca)

CATEGORIA FIGURINO
Wanderley Gomes por “Vozes negras”

CATEGORIA JOVEM TALENTO
Lucas Popeta — ‘Olhos da Pele’

CATEGORIA ATRIZ EM PAPEL PROTAGONISTA
Deborah Evelyn — ‘Três mulheres altas’
Vera Holtz — ‘Ficções’ (Lei do ISS)

CATEGORIA ATOR EM PAPEL PROTAGONISTA
Thelmo Fernandes — ‘Dignidade’

CATEGORIA DIREÇÃO
Renata Tavares — ‘Nem Todo Filho Vinga’ (Fomento à Cultura Carioca)

CATEGORIA ESPETÁCULO
‘Enquanto você voava, eu criava raízes’ (Fomento à Cultura Carioca)

CATEGORIA PRODUÇÃO
Fato Produções Artísticas – “Marrom – O Musical”

Secretaria Municipal de Cultura – Organização, promoção e execução de atividades artísticas, culturais, de museu e de arquivo histórico da cidade do Rio de Janeiro. Articulação com outros órgãos ou instituições públicas e particulares, nacionais e internacionais, com vistas ao cumprimento de suas finalidades. Visa também a melhorar a vida nos bairros a partir da Cultura, gerando oportunidades de trabalho e renda, além de criar calendário cultural e apoiar artistas, agentes e produtores locais.

  • ENDEREÇO DO ÓRGÃO:
    Rua Afonso Cavalcanti, 455 – 2º/3º andar
    Cidade Nova – Rio de Janeiro/RJ
    CEP: 20.211-110

    HORÁRIO DE ATENDIMENTO:
    Gabinete: 9h às 18h

    Ouvidoria: 9h às 16h

    FALE CONOSCO

    (21) 2976-1202

    Gabinete: gabinete.cultura@prefeitura.rio

    Imprensa: imprensasmcrio.cultura@gmail.com

  • DÚVIDAS, SERVIÇOS, INFORMAÇÕES OU DENÚNCIAS:
    ligue 1746 ou (21) 3460-1746, quando estiver em uma Cidade com o código de área diferente do 21.

    PORTAL:
    www.1746.rio

Pular para o conteúdo